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Capítulo Dois - Um encontro e um passado

OBS: Os * representam o início e o fim de um pensamento.

NO DORMITÓRIO DA LUA
SALÃO PRINCIPAL

--Maya está saindo durante o horário das aulas da Turma do Dia.

Aidou (A): Onde pensa que vai? Ah... Quero dizer... Aonde pretende ir, Maya-sama?
Maya (M): Ora Aidou, fale como quiser. Não é necessário toda essa formalidade.
A: Então, tudo bem.

--Aidou respirou fundo, como se fosse gritar e foi o que fez.

A: VOCÊ É LOUCA? NÃO DEVEMOS SAIR A ESSA HORA DO DIA!
M: HAHAHA... Eu, louca? Talvez.

--Maya se aproximou de Aidou, seu rosto ficou bem perto dele e, então, ela
--disse com um sorriso malicioso.

M: Mas eu tenho vários motivos para ser louca assim.
A: Você adora causar problemas, não é?
M: Você não é o primeiro que me pergunta isso.
A: Kaname-sama vai me matar!
M: HA! Ele vai me matar antes de pensar em matar você. Capaz até dele nem se lembrar de você.
A: Por quê o Kaname-sama te trata desse jeito?
M: Faz o seguinte... Pergunta direto para ele!

--Maya saiu cheia de raiva e com muita pressa, mas sem perder a elegância.

A: Ei, ei! Espere! MAYA!

--Eles já estavam na saída da Academia, quando Maya parou, olhando para
--fora. Aidou parou logo atrás dela, ofegante por ter corrido tanto.

A: Ei Maya, onde você vai?
M: Onde eu IRIA, você quis dizer. Eu iria ver o Kiryuu-kun, mas, com você me vigiando, não vai dar certo. Então agora, eu VOU sair com você.
A: Você quis dizer... um encontro?
M: Chame como quiser, vai me pagar um sundae. Vamos logo!

--Maya puxou Aidou pelo braço, rumo a cidade. E pelo caminho, Aidou fez
--algumas observações em seus pensamentos.

*A: Oh! A pele dela é tão fria, nunca tinha percebido. Pensando bem, aquela vez em que ela beijou me pescoço, senti meu sangue congelando. Será que tem alguma relação? Além disso, ela é bem diferente do Kaname Kuran.*
M: Ei Aidou. Onde vende o melhor sorvete desta cidade?
A: Ah... É por ali, virando à esquerda, eu acho.
M: Certo. Vamos.

--Quando Maya se virou, ainda puxando-o pelo braço, Aidou pôde perceber
--mais alguns detalhes sobre dela.

*A: O cabelo dela. Os fios parecem que são cobertos por sangue, é tentador. Por outro lado, as mechas alaranjadas ajudam.*

NA LANCHONETE

Garçonete Lilih (GL): Aaahh!!! Aidou-sama, faz muito tempo que não vem aqui. Estou tão feliz!
A: É, realmente. Como vai Lilih?
GL: Melhor agora que eu pude rever o Aidou-sama!

--Maya tossiu para chamar a atenção.

M: Querida... Lilih, certo?
GL: Sim. Em que posso ajudar?
M: Me traga um sundae grande, metade caramelo e a outra parte de chocolate, com duas colheres. Por... favor... Lilih.
GL: Claro, agora mesmo. Com licença.
A: Não precisava agir assim. Ela saiu com medo de você.
M: Eu pedi o meu sundae antes que eu perdesse o apetite por causa do "love" de vocês dois.
A: Isso por acaso seria... ciúmes?
M: Vai sonhando, querido.

--A garçonete trouxe o sundae, Maya agradeceu, pegou uma colher e
--começou a comer. Aidou a observava e completou suas antigas
--observações.

*A: É mesmo... Outro grande enigma são os olhos dela. É alguma mistura de dourado ou mel, com verde. Não sei dizer... Só sei que é lindo. Até mesmo para nós, vampiros, ela é simplesmente...*
A: Linda.

--Maya ouviu a única palavra que saiu dos pensamentos de Aidou, dirigiu
--seus olhos aos dele.

M: O que você disse?
A: Ah...nada! Só pensei alto! Me desculpe.

--Aidou abaixou a cabeça corado de vergonha.

M: Você fica vermelho muito facilmente. Controle-se mais. Não vai comer?
A: Ahm?
M: É por isso que tem outra colher. Afinal, é você que vai pagar este sorvete. Não seria justo com você.
A: Ah, claro. Obrigado.

--Aidou pegou na colher e enquanto colocava pequenas quantidades de
--sorvete na boca, pensava em como começar a perguntar.

A: Eu estive pensando. Você é... realmente...
M: Irmã do Kaname? Não. Não sou.

--Maya estava olhando para a janela que estava ao lado da mesa deles. Seu
--olhar era frio, melancólico, cheio de sofrimento.

M: Juuri e Haruka me acharam. Eles cuidaram de mim, me fizeram parte da família. Me deram o nome de Maya Kuran, só mais tarde descobriram que eu era uma puro sangue.
A: Mas... por qual razão o Kaname-sama... bebe do seu sangue?
M: Ele sabe quem eu sou. De onde eu vim, quem são meus pais... E tem alguma coisa na minha origem que não o agrada, de jeito nenhum. Como se eu fosse extremamente letal.
A: Onde você esteve até agora?
M: Ele fez com que o Conselho dos Anciões e o dos Caçadores me mantivessem isolada. Sai há pouco tempo da minha "prisão particular".
A: Ah... Por que sua pele é tão fria? E...às vezes... quando você me toca... meu sangue parece congelar, por quê?
M: É um dos meus poderes que fez o Kaname pedir meu isolamento. Eu posso congelar o sangue dentro do corpo das pessoas, com o objetivo de matá-las, fazer com que elas desmaiem ou apenas para que fiquem assustadas como você . Não somente tocando, com o olhar também. Está assustado?
A: Não. Impressionado. Você é incrível.
M: Nossa. Você é estranho, mas, obrigada.

--Eles terminaram o sorvete, e caminharam de volta para a Academia. O
--caminho foi silencioso, Aidou pensava no que Maya tinha dito.
--Ao chegarem ao portão da Academia, eles finalmente voltaram a ser falar.

M: Obrigada pelo sorvete.
A: Agradecer era o mínimo depois de me forçar a ir em um encontro.
M: Reclamando tanto de algo que gostou. Imagino o que diria se não tivesse amado sair comigo.
A: Não seja tão convencida.
M: Certo... E você... Não fique tão vermelho.
A: EU NÃO ESTOU!!!

--Maya se aproximou dele e lhe deu um beijo no rosto.

M: De novo... obrigada. Devo falar com o Kaname agora.

--Aidou ficou com uma expressão preocupada e pegou o pulso de Maya.

A: Não!
M: Mas o que é isso?
A: Fique aqui!
M: Eu preciso...

--Aidou a puxou para si e a abraçou com força.

A: Já disse para ficar!
M: Aidou, o que está fazendo?
A: Vou proteger você.
M: Eu não preciso que me protejam.
A: É claro que precisa! Não se faça de forte o tempo todo! Deixe que os outros te ajudem. Me deixe te ajudar, eu quero fazer isso.
M: Aidou?

--Ela estava perplexa. Depois abaixou a cabeça e disse em voz baixa.

M: Tudo bem. Faça como quiser.
A: Farei de tudo para que fique segura.
M: Tá! Faça o que quiser!!

--Maya disse isso num tom alto. Aidou sorriu.

A: Era o que eu precisava ouvir.

--Ele aproximou seu rosto do dela e a beijou, entrelaçando os dedos nos longos cabelo de Maya. Com o outro braço, segurava sua cintura com força, como se evitasse que ela fugisse. Ao cessarem o beijo, os chocados olhos mel-esverdeados de Maya encontraram os alegres olhos azuis de Aidou.

M: Uau! Dessa vez você não ficou nada vermelho.
A: Você mandou me controlar, foi o que eu fiz.
M: Bom trabalho.
A: Me deixe te proteger, estando ao seu lado.

--Maya sorriu, tentando conter a felicidade.

M: Tudo bem. Então, por favor... me proteja.
A: Você é quem manda, Maya-sama.
M: Agora podemos voltar ao Dormitório?
A: Certo. Vamos.
M: Ah... E parabéns, Senhor Envergonhado.

--Aidou se controlou, pois estava muito feliz. Virou para ela escondendo um sorriso.

A: Obrigado.

CONTINUA
 
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